sábado, 30 de abril de 2022

A angústia anônima de Heidegger

 Parece-me muito complicado embarcar num problema metafísico, através de uma experiência sentimental, e é isso que Heidegger faz quando versa sobre o nada. Diz-nos que para pensarmos acerca da problemática do nada, é preciso antes experienciá-lo. Jura de pé junto que teve essa experiência, e mais, que todos nós a temos através do sentimento da angústia. Mas nos adverte que essa angústia de que fala, não tem relação alguma com a ansiedade ou o temor, mas sim com a essencial impossibilidade de determinar. Veja só, se isso é verdade, temos aí um sentimento pouco comum a quem nunca foi reitor da Universidade de Friburgo. Mesmo assim, admitamos que a angústia é isso aí. Agora, façamos a angustiosa pergunta: teria Heidegger determinado o que é a angústia, enquanto estava angustiado ou depois de um momento de angústia?

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